O dia tem 24 horas. Pela sabedoria tradicional, é saudável dividir o dia em 3: 8 horas para trabalhar, 8 horas para descansar e 8 horas para as demais atividades que temos, seja lá quais elas sejam.
Na verdade minha ideia não é falar sobre hábitos de estudo. Minha ideia é que o leitor veja em quais situações ele pode estar desperdiçando tempo.
Também é importante dizer que eu também tenho uma hora por dia para estudar todos os dias, mas nem sempre acabo estudando esta uma hora. Os dias devem ser diferentes entre eles. É saudável que assim o sejam, e principalmente que a rotina seja quebrada. Entretanto, na maioria dos dias, o hábito de estudar é viável.
A maioria das pessoas que eu conheço usam a ociosidade para fazer nada. Acho válido. O que não acho válido é usar toda a ociosidade para o nada. O tempo acaba sendo uma das nossas riquezas mais preciosas com o passar da vida, e se torna cada vez mais escassa conforme nos ocupamos com nossos afazeres e conforme nossas vidas se tornam mais complexas.
Para provar meu ponto, especialmente na área em que atuo, gostaria de dizer algumas coisas que podem ser úteis na aquisição de hábitos espontâneos de estudo.
Todos nós dominamos bem uma ou mais linguagens de programação e, no universo delas, sempre existe algo que é apresentado como novidade. Por exemplo, no mundo C#, no momento em que escrevo este texto, a bola da vez é o ASP.NET Core, o novo framework da Microsoft. Apenas isso é motivo suficiente para uns vários dias de estudos, pois muitas coisas mudaram, e tutoriais e exemplos não faltam. A propósito, o melhor material está em inglês.
Aí você pode me dizer: "Mas já trabalhei o dia inteiro programando. Estou cansado. Não queria programar mais", e aí te digo: um bom hábito de estudos exige certa cota de sacrifício. Ter momentos de lazer e ócio é bom e saudável, mas é como ir para a academia - não é super agradável no começo, é cansativo, os músculos doem e pode ser maçante, dependendo do tipo de exercício - mas o benefício no médio prazo pode ser surpreendente.
O que escolher para estudar?
Você pode partir de duas premissas básicas:
- Algo útil, que me interesse;
- Algo que aumente minha produtividade no trabalho ou que automatize a resolução dos meus problemas rotineiros.
Não necessariamente você será certeiro na escolha de um assunto de estudo que satisfaça completamente uma das duas premissas (quanto mais as duas ao mesmo tempo), mas será difícil você não estar próximo de outro assunto que, este sim, esteja mais dentro de algo útil, interessante, produtivo e/ou automatizado.
Existem várias boas fontes de novidades (em inglês). Aqui vou colocar algumas:
- Hacker News;
- Reddit;
- Dr. Dobbs;
- Medium (este não é tanto sobre programação em si, mas de textos envolvendo a profissão).
Como estudar?
Isto vai de cada um, mas o que posso estabelecer como regra geral é manter no mínimo 60 minutos na atividade de estudo, seja lendo ou praticando exercícios.
Se a atividade for prazerosa, você verá que passará de 60 minutos naturalmente, e se isto acontecer rápido, você estará no caminho certo.
Discipline-se para não ter distrações no meio desses 60 minutos. Uma das coisas que faço é usar a função não perturbe do celular, em que ele para de me enviar notificações. No iPhone, por exemplo, a configuração da função de não perturbe permite até o uso de faixas de horários para iniciar e terminar, isto se você é uma pessoa que gosta de programar horários para as suas atividades.
Quando começar?
Hoje.
Quanto mais cedo você começar, melhor. Escolha sua hora e comece. Meus alunos são instados a fazer isso todos os dias, durante as seis semanas do curso. No período do curso, reviso todo o material escrito por eles e cobro entregas. O melhor proveito se obtém justamente com a prática diária.
Está pronto? Se sim, bons estudos. Se não, espero que sua postura mude. Quem tem a perder não sou eu.